Capítulo 3
KAYLA HOLMES
Hum
… Livro de Elly, Livro de Elly. Ora lá estava, no meio de uns poucos de livros todos
cheios de pó. Graças ao engraçado do Leo, tinha de fazer um trabalho acerca dos
elfos e sua vida. Nem era assim tão mau, quero dizer, poderia ser pior. Os
elfos são as criaturas mais incríveis de todas: defendem aqueles que gostam,
aqueles que amam, aqueles que os protegem; tem a sua própria maneira de pensar;
sempre lutaram pela sua liberdade e pelo que defendiam, felizmente já passou o
tempo em que eram constantemente alvo de muitos; são criaturas extremamente lindas
e sedutoras, mas por outro lado, tem que se lhe diga, a última pessoa que
tentou destruir uma das suas aldeias, nunca mais se viu, dizem que os gritos da
sua tortura ainda ecoam na Floresta de Eva.
Agarrei
no livro – pelos vistos, já não era à muito tempo aberto, pois estava coberto
de pó. Fui-me sentar numa das mesas vazias e comecei por abri-lo. Livro de Elly, este era o seu nome. Já o
tinha lido muitas vezes, quero dizer, tinham-me o lido, o meu pai, quando eu
era pequena e quando ele era vivo. Mas prontos … Conhecia a história inteira,
cada página, cada palavra, cada letra. Livro
de Elly retratava a história de uma rapariga, Elly, que nasceu como elfo e
o que teve de passar para sobreviver durante a invasão de Lucifer. Além de
contar acerca do que lhe acontecia, dos sítios por onde passara, o que comia
para sobreviver, também contava acerca de uma borboleta. Essa borboleta, ela
lhe deu o nome de Sol pois suas
manchas pareciam de lava viva. Esta mesma era diferente das outras, comia de
maneira diferente, não andava com as da sua espécie, não acasalava, limitava-se
a seguir Elly por onde ela fosse. E no final do livro nunca se chega a
descobrir o verdadeiro propósito dessa mesma borboleta, Sol.
Comecei
a minha redacção para entregar à Guia Julieta, ela era minha instrutora.
Já
eram 02h:00m quando eu terminei. Levantei-me dirigi-me ao meu quarto.
Lá
fora a noite estava gelada, mas era normal. Por norma, costumava estar mais
frio. É o que acontece quando se vivia no país mais gelado do nosso mundo.
Caminhei por entre as árvores que não paravam de abanar. Coloquei a mão em
frente da cara e agasalhei-me melhor: parecia que o vento me cortava a
respiração.
Ouço
um rugido vindo de trás de mim. Não me precisava de virar, pois sabia quem era:
Anne, a minha querida pantera. Sabia o que ela estava a sentir, porque os
animais e os seus Justiceiros conseguem partilhar a sua dor, mesmo que não
queiram e não é só a dor que costumam partilhar, também partilham os
sentimentos, desejos entre outras coisas.
Cheguei
ao edifício dos quartos, passei pelo al de entrada, caminhei no corredor B e
quando cheguei ao pé da porta do meu quarto encontrava-se lá a Guia K. Chimi.
-
Olá. – Disse a olhar meia de esguelha.
E
ela coloca o seu sorriso como se estivesse tudo bem. Envergava uns calções,
umas meias brancas até aos joelhos e uma camisa azul de manga curta. Era
costume ela estar com roupa de Verão, mas … fora do edifício deveriam estar
menos de 0º, não entendia – nunca entendera e nunca iria conseguir entender (nem
eu, nem ninguém) - como é que ela não tinha frio, para já nem falar na sua irmã
que era exactamente como ela, sempre em roupa de Verão!
-
Hei! – Falou. – A Sábia Nemu encarregou-me de organizar um grupo para ir com
ela à tal reunião que irá haver dia 2 de Outubro.
-
2 de Outubro? – Repeti. 2 de Outubro …
- Sim, 2 de Outubro. – Ela levanta a
sobrancelha. – Não me digas que também tens medo que apareça algo, etc., etc.?
-
Não. – Disse olhando para outro lado.
Ela
aproximou a sua cabeça para junto da minha e falou:
-
Olhas-te para o lado enquanto falavas, isso é sinal que mentes! – Chega-se para
trás olhando não sei bem para onde. – Mas bem, não te vou repreender por isso.
– Volta o olhar para mim, colocando a mão no queixo. – Onde é que eu ia mesmo?
-
Na parte da Sábia Nemu …
-
Sim! – E coloca o braço no ar, apontado para cima com os olhos fechados. No
segundo logo a seguir, coloca as mãos nas ancas. – Isso mesmo! – Aponta para
mim. – Tu, Kayla Holmes, serás uma das acompanhantes da Sábia Nemu.
-
Dispenso. – E passo por ela.
Eu,
ao passar por ela, sou travada por seu braço que se encontrava à volta do meu
pescoço.
-
Não aceito um não…
Seus
olhos estavam com a postura de maus. E todos os que conheciam a Guia K. Chimi
sabiam que se ela coloca-se aquele olhar passaríamos o resto do mês a coxear.
Minhas opções não eram muitas … Por isso … lá decidi aceitar.
-
Ok, ok. Como queiras, para mim é-me igual.
Depois
ela soltou-me o braço e eu continuei meu caminho. Abri a porta do quarto,
esperei que a Anne entrasse e antes que a Guia K. Chimi pronunciasse mais
alguma coisa, fechei a porta.
-
Então amanhã espero que estejas pronta! Boa-noite Kayla-chan!
Ah,
pois! Tinha-me esquecido de referir que a Guia K. Chimi é uma amante de animes:
desenhos animados japoneses. No Japão usam o termo “chan” no fim de dizer o
nome da pessoa, entre outros termos.
No
fim de tudo pronto para o dia seguinte ir de viajem para a tal reunião fui
directa à minha cama pronta a fechar os olhos. Estava cheia de cansaço e não
era a única naquele quarto, a Anne também estava.
Levantei-me
de repente. Olhei para o despertador: 06h:00m. Deixei-me cair novamente na
cama. Aquele sonho tinha-me despertado completamente, mesmo que quisesse
dormir, não iria conseguir. Também faltava pouco mais para a Guia K. Chimi
chegar e acordar-me com todo a sua energia matinal para não nos atrasarmos.
Fiquei
ali. O meu quarto estava iluminado pela pouca luz que provinha lá de fora. O
teto fora eu mesma que o tinha pintado quando cheguei à escola de Justiceiros:
pintei-o de azul com estrelas amarelas, mal feitas. Tinha chegado àquela escola
aos meus 6 anos de idade. O meu nível de Justiceira era bastante elevado e
minhas notas também eram as melhoras da turma. Era por isto que cada vez que a
Sábia Nemu tinha que ir a algum lado, eu iria, por ser uma das melhore
Justiceiras-aprendizes que havia na sua escola.
-
Bom-dia!!!! – Grita uma voz à media que abre a porta do meu quarto.
Revirei
os olhos. Não me admirava nada que ela tivesse acordado as raparigas do quarto
ao lado.
-
Bom-dia!!!! – Ao ver que eu não lhe respondia começou a falar sozinha. – Bem,
não está um bonito dia? Eu sei … estás com sono, não é? Mas vais ter que te
levantar, não podemos chegar tarde e já sabes como é que a Sábia Nemu é! Não
podemos perder tempo, ela ODEIA atrasos …
-
Sei. – Disse simplesmente, virando-lhe as costas.
Ela
chega ao pé de mim e tira-me as mantas de cima com toda a pressa.
-
Eu disse bom-dia! Era suposto responderes!
-
Bom-dia. – Disse num tom muito mais baixo que o dela.
Olho
para ela, mas esta já tinha as costas viradas para mim.
-
Pois. Sejacomo for, tens de te despachar, partimos daqui a 3minutos!
-
Pois claro …
-
Verdade! – Olha por cima do ombro, levantando a sobrancelha.
-
Porque é que não me disses-te nada ontem?
Levantei-me
de imediato e corri para o armário. Fui tirando roupas até encontrar o meu
uniforme de Justiceira que sempre levava quando era uma das acompanhantes da
Sábia Nemu a algum lado.
-
Bem, eu tentei dizer, mas fechaste-me a porta na cara!
Aquela
fora bem dita. Mas não tinha mais tempo a perder … Apesar de tudo ela tinha
razão: a Sábia Nemu odiava atrasos.
Está bem legal a história *-*, gostei da Alexiel, o rapaz parece que gosta dela, não? Ou são apenas rivais mesmo =S
ResponderEliminarTambém gostei da Kayla ^^, a história está muito boa =]
beijinhos