sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Capítulo 3 (Justiceiros)

Capítulo 3
KAYLA HOLMES
            Hum … Livro de Elly, Livro de Elly. Ora lá estava, no meio de uns poucos de livros todos cheios de pó. Graças ao engraçado do Leo, tinha de fazer um trabalho acerca dos elfos e sua vida. Nem era assim tão mau, quero dizer, poderia ser pior. Os elfos são as criaturas mais incríveis de todas: defendem aqueles que gostam, aqueles que amam, aqueles que os protegem; tem a sua própria maneira de pensar; sempre lutaram pela sua liberdade e pelo que defendiam, felizmente já passou o tempo em que eram constantemente alvo de muitos; são criaturas extremamente lindas e sedutoras, mas por outro lado, tem que se lhe diga, a última pessoa que tentou destruir uma das suas aldeias, nunca mais se viu, dizem que os gritos da sua tortura ainda ecoam na Floresta de Eva.
            Agarrei no livro – pelos vistos, já não era à muito tempo aberto, pois estava coberto de pó. Fui-me sentar numa das mesas vazias e comecei por abri-lo. Livro de Elly, este era o seu nome. Já o tinha lido muitas vezes, quero dizer, tinham-me o lido, o meu pai, quando eu era pequena e quando ele era vivo. Mas prontos … Conhecia a história inteira, cada página, cada palavra, cada letra. Livro de Elly retratava a história de uma rapariga, Elly, que nasceu como elfo e o que teve de passar para sobreviver durante a invasão de Lucifer. Além de contar acerca do que lhe acontecia, dos sítios por onde passara, o que comia para sobreviver, também contava acerca de uma borboleta. Essa borboleta, ela lhe deu o nome de Sol pois suas manchas pareciam de lava viva. Esta mesma era diferente das outras, comia de maneira diferente, não andava com as da sua espécie, não acasalava, limitava-se a seguir Elly por onde ela fosse. E no final do livro nunca se chega a descobrir o verdadeiro propósito dessa mesma borboleta, Sol.
            Comecei a minha redacção para entregar à Guia Julieta, ela era minha instrutora.
           
            Já eram 02h:00m quando eu terminei. Levantei-me dirigi-me ao meu quarto.
            Lá fora a noite estava gelada, mas era normal. Por norma, costumava estar mais frio. É o que acontece quando se vivia no país mais gelado do nosso mundo. Caminhei por entre as árvores que não paravam de abanar. Coloquei a mão em frente da cara e agasalhei-me melhor: parecia que o vento me cortava a respiração.
            Ouço um rugido vindo de trás de mim. Não me precisava de virar, pois sabia quem era: Anne, a minha querida pantera. Sabia o que ela estava a sentir, porque os animais e os seus Justiceiros conseguem partilhar a sua dor, mesmo que não queiram e não é só a dor que costumam partilhar, também partilham os sentimentos, desejos entre outras coisas.
            Cheguei ao edifício dos quartos, passei pelo al de entrada, caminhei no corredor B e quando cheguei ao pé da porta do meu quarto encontrava-se lá a Guia K. Chimi.
            - Olá. – Disse a olhar meia de esguelha.
            E ela coloca o seu sorriso como se estivesse tudo bem. Envergava uns calções, umas meias brancas até aos joelhos e uma camisa azul de manga curta. Era costume ela estar com roupa de Verão, mas … fora do edifício deveriam estar menos de 0º, não entendia – nunca entendera e nunca iria conseguir entender (nem eu, nem ninguém) - como é que ela não tinha frio, para já nem falar na sua irmã que era exactamente como ela, sempre em roupa de Verão!
            - Hei! – Falou. – A Sábia Nemu encarregou-me de organizar um grupo para ir com ela à tal reunião que irá haver dia 2 de Outubro.
            - 2 de Outubro? – Repeti. 2 de Outubro …
             - Sim, 2 de Outubro. – Ela levanta a sobrancelha. – Não me digas que também tens medo que apareça algo, etc., etc.?
            - Não. – Disse olhando para outro lado.
            Ela aproximou a sua cabeça para junto da minha e falou:
            - Olhas-te para o lado enquanto falavas, isso é sinal que mentes! – Chega-se para trás olhando não sei bem para onde. – Mas bem, não te vou repreender por isso. – Volta o olhar para mim, colocando a mão no queixo. – Onde é que eu ia mesmo?
            - Na parte da Sábia Nemu …
            - Sim! – E coloca o braço no ar, apontado para cima com os olhos fechados. No segundo logo a seguir, coloca as mãos nas ancas. – Isso mesmo! – Aponta para mim. – Tu, Kayla Holmes, serás uma das acompanhantes da Sábia Nemu.
            - Dispenso. – E passo por ela.
            Eu, ao passar por ela, sou travada por seu braço que se encontrava à volta do meu pescoço.
            - Não aceito um não
            Seus olhos estavam com a postura de maus. E todos os que conheciam a Guia K. Chimi sabiam que se ela coloca-se aquele olhar passaríamos o resto do mês a coxear. Minhas opções não eram muitas … Por isso … lá decidi aceitar.
            - Ok, ok. Como queiras, para mim é-me igual.
            Depois ela soltou-me o braço e eu continuei meu caminho. Abri a porta do quarto, esperei que a Anne entrasse e antes que a Guia K. Chimi pronunciasse mais alguma coisa, fechei a porta.
            - Então amanhã espero que estejas pronta! Boa-noite Kayla-chan!
            Ah, pois! Tinha-me esquecido de referir que a Guia K. Chimi é uma amante de animes: desenhos animados japoneses. No Japão usam o termo “chan” no fim de dizer o nome da pessoa, entre outros termos.
            No fim de tudo pronto para o dia seguinte ir de viajem para a tal reunião fui directa à minha cama pronta a fechar os olhos. Estava cheia de cansaço e não era a única naquele quarto, a Anne também estava.

            Levantei-me de repente. Olhei para o despertador: 06h:00m. Deixei-me cair novamente na cama. Aquele sonho tinha-me despertado completamente, mesmo que quisesse dormir, não iria conseguir. Também faltava pouco mais para a Guia K. Chimi chegar e acordar-me com todo a sua energia matinal para não nos atrasarmos.
            Fiquei ali. O meu quarto estava iluminado pela pouca luz que provinha lá de fora. O teto fora eu mesma que o tinha pintado quando cheguei à escola de Justiceiros: pintei-o de azul com estrelas amarelas, mal feitas. Tinha chegado àquela escola aos meus 6 anos de idade. O meu nível de Justiceira era bastante elevado e minhas notas também eram as melhoras da turma. Era por isto que cada vez que a Sábia Nemu tinha que ir a algum lado, eu iria, por ser uma das melhore Justiceiras-aprendizes que havia na sua escola.
            - Bom-dia!!!! – Grita uma voz à media que abre a porta do meu quarto.
            Revirei os olhos. Não me admirava nada que ela tivesse acordado as raparigas do quarto ao lado.
            - Bom-dia!!!! – Ao ver que eu não lhe respondia começou a falar sozinha. – Bem, não está um bonito dia? Eu sei … estás com sono, não é? Mas vais ter que te levantar, não podemos chegar tarde e já sabes como é que a Sábia Nemu é! Não podemos perder tempo, ela ODEIA atrasos …
            - Sei. – Disse simplesmente, virando-lhe as costas.
            Ela chega ao pé de mim e tira-me as mantas de cima com toda a pressa.
            - Eu disse bom-dia! Era suposto responderes!
            - Bom-dia. – Disse num tom muito mais baixo que o dela.
            Olho para ela, mas esta já tinha as costas viradas para mim.
            - Pois. Sejacomo for, tens de te despachar, partimos daqui a 3minutos!
            - Pois claro …
            - Verdade! – Olha por cima do ombro, levantando a sobrancelha.
            - Porque é que não me disses-te nada ontem?
            Levantei-me de imediato e corri para o armário. Fui tirando roupas até encontrar o meu uniforme de Justiceira que sempre levava quando era uma das acompanhantes da Sábia Nemu a algum lado.
            - Bem, eu tentei dizer, mas fechaste-me a porta na cara!
            Aquela fora bem dita. Mas não tinha mais tempo a perder … Apesar de tudo ela tinha razão: a Sábia Nemu odiava atrasos.

Espero que tenham gostado :D

1 comentário:

  1. Está bem legal a história *-*, gostei da Alexiel, o rapaz parece que gosta dela, não? Ou são apenas rivais mesmo =S

    Também gostei da Kayla ^^, a história está muito boa =]
    beijinhos

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