sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Capítulo 2 (Justiceiros)


Capítulo 2
ALEXIEL VAZ

            Se me perguntarem se eu estava feliz, eu responderia: Sim! Óbvio! Dia 2 de Outubro era o dia mais excitante e com mais “pica” naquela estúpida escola.
            - Percebes-te bem? – Perguntou o meu instrutor.
            Seca! Aborrecido! Estava a explicar-me que as regras eram para se cumprir, etc., etc., etc. Será que nunca ouvira dizer que as regras foram feitas para serem quebradas? Se ele nunca tinha ouvido, eu já! E montes de vezes. O Guia Henri é do tipo: chato, aborrecido para mim, está constantemente a ralhar comigo! Eu não tinha culpa dos problemas gostarem de mim! Ah, sim! Mas para os outros todos já era a pessoa mais gentil à face de todos os mundos! Que raiva! Eh … Mas tudo que ele me dizia entrava por um ouvido e saía pelo outro.
            - Yaya, isso … - Disse-lhe revirando os olhos.
            - Alexiel só por o teu pai ser ...
            - Sim! Eu entendi! – Interrompi-o. – Como queiras!
            Dei meia volta, mas antes que pudesse começar a desaparecer dali para fora a sete pés, o Guia Henri puxou-me no antebraço. Revirei mais uma vez os olhos.
            - O que foi agora? – Vi a expressão dele e “remendei” a minha pergunta. – Precisas de mais alguma coisa de minha pessoa?
            - O Sábio Nicolau mandou chamar-te, agora!
            - Já lá vou ter. – E fiz um sorriso dos meus: aqueles de como não quero a coisa.
            O Guia Henri foi-se embora. Ali fiquei eu: a olhar para o quadro cheio de matéria, escrito pelo stor Taylor. Eu odiava rapazes, mas aquele stor era uma excepção! E que excepção! Se ele fosse da minha idade, ai o que eu não lhe fazia …
            Saí da sala e entrei no elevador com aquela musiquinha irritante, que fazia com que eu ficasse com dor de cabeça e super zonza. Seja como for, o elevador chegou ao ultimo piso (rés do chão) e, para meu azar, quero dizer, mais um azar (o dia não me estava a correr nada bem): mesmo quando as portas do elevador se abriram dei de caras com o idiota do Oliver Bon. Ele mal viu a minha cara, fez um ar de desprezo e não se moveu da minha frente.
            - Sai da frente. – Ordenei, mas ele não me obedeceu. – Tipo, já!
            - Não vais hoje?
            - O que é que tens a haver com isso?
            Ele fez um sorriso no qual qualquer rapariga ingénua se derreteria toda, e como eu não era nenhuma ingénua, especialmente quanto a ele, não derreti coisa nenhuma!
            - Sai da frente! – Gritei.
            Já era de noite e sabia que gritar não fora uma decisão muito inteligente, por se o meu grito foi ecoado no átrio. “Sério?”, pensei. Se o idiota do meu instrutor tivesse ouvido o grito de fúria, tinha mais uma visita a fazer ao Sábio Nicolau e mais um sermão a levar dele. Respirei fundo para me acalmar, fechei os olhos e abri-os de novo:
            Um rapaz um pouco mais alto que eu, que usava óculos, onde o seu cabelo era preto e seus olhos eram cinzentos me encarava. Sorria com um riso constrangedor e era mais que óbvio que tinha cara de palerma. Por muto que me custasse a aceitar, aquele tipo, ali, em minha frente, era o meu Rival e tinha 17 anos. Apesar de ser mais velho, não significava que era melhor que eu!
            - Ok. – Expirei todo o meu ar que tinha dentro de mim. – Tens dois segundos para sair da minha frente.
            - Senão, o quê?
            - Passas o resto dos teus dias a andar de cadeira de rodas!
            - Uiiiiiiiiiii, que medo!
            - Não me tires do sério!
            - Repete lá a tua idade. – Não lhe respondi, então continuou. – Aiiii, estás a ficar corada, será que tem algo a ver com a minha presença? Oh, espera! Até sem palavras ficastes. – E sorriu.
            Coloquei as mãos nas faces para ver se estavam realmente vermelhas e a verdade é que estavam quentes, mas depois o vermelho foi vermelho de fúria.
            - Algo a ver contigo? – Coloquei as mãos nas ancas. – Tenho pena de ti, sério. Deve ser mesmo chato ter um cérebro tão pequenino. – Coloquei uma das mãos na boca. – Ops! Fugiu-me a boca para a verdade, á sim …
            Mas antes que pudesse continuar, ele agarrou-me nos dois braços, fazendo força para me encostar contra a parede do elevador (sim, porque eu ainda estava do lado de dentro do elevador e ele do lado de fora), mas antes de ele me encostar por completo, desci o meu corpo, fazendo a espargata e consegui soltar os braços. Depois, graças á grande flexibilidade do meu corpo, consegui desmanchar a espargata e passar por entre as pernas dele, isto tudo em 2 segundos. Olhei por cima do ombro e antes que pudesse ver, ele já estava a prender-me á volta dos seus braços. Depois cheirou meu pescoço, no qual meus cabelos da nuca se arrepiaram.
            - Hum … deixa-me adivinhar, perfume de amêndoa?
            Nem mais! Pisei-lhe o pé com o meu, ele queixou-se e largou-me. A seguir investi um pontapé com balanço na barriga dele, no qual ele desviou, rodando e consegui ver na sua mão, por milésimos de segundos, o símbolo de chamar o seu amiguinho precioso e irritante tal como ele!
            - Parem! – Gritou uma voz ao fundo do corredor. – Alexiel, o Sábio Nicolau está à tua espera.
            - Foi um prazer. – Disse ele.
            - Eu ia ganhar se ela não tivesse interrompido.
            - Claro, tal como os outros que ganhas-tes, não é verdade?
            Dei meia volta, estava para responder, mas a minha paciência é pouca. Olho por cima do ombro e digo:
            - Morre longe!
            - Só se for contigo.
            Parei. Aquela foi de mais. Comecei a virar muito lentamente e a primeira coisa que vi foi o seu sorriso de engatatão. Comecei a formar o meu de Justiceira prestes a fazer o seu trabalho.
            - Alexiel! – Gritou a Natasha, mas meu corpo falou por mim.
            Comecei por lançar uma das minhas kunais …

Ehhh ... espero que tenham gostado do Capítulo ^.^

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