Capítulo 2
ALEXIEL VAZ
Se
me perguntarem se eu estava feliz, eu responderia: Sim! Óbvio! Dia 2 de Outubro
era o dia mais excitante e com mais “pica” naquela estúpida escola.
-
Percebes-te bem? – Perguntou o meu instrutor.
Seca!
Aborrecido! Estava a explicar-me que as regras eram para se cumprir, etc.,
etc., etc. Será que nunca ouvira dizer que as regras foram feitas para serem
quebradas? Se ele nunca tinha ouvido, eu já! E montes de vezes. O Guia Henri é
do tipo: chato, aborrecido para mim, está constantemente a ralhar comigo! Eu
não tinha culpa dos problemas gostarem de mim! Ah, sim! Mas para os outros
todos já era a pessoa mais gentil à face de todos os mundos! Que raiva! Eh …
Mas tudo que ele me dizia entrava por um ouvido e saía pelo outro.
-
Yaya, isso … - Disse-lhe revirando os olhos.
-
Alexiel só por o teu pai ser ...
-
Sim! Eu entendi! – Interrompi-o. – Como queiras!
Dei
meia volta, mas antes que pudesse começar a desaparecer dali para fora a sete
pés, o Guia Henri puxou-me no antebraço. Revirei mais uma vez os olhos.
-
O que foi agora? – Vi a expressão dele e “remendei” a minha pergunta. –
Precisas de mais alguma coisa de minha pessoa?
-
O Sábio Nicolau mandou chamar-te, agora!
-
Já lá vou ter. – E fiz um sorriso dos meus: aqueles de como não quero a coisa.
O
Guia Henri foi-se embora. Ali fiquei eu: a olhar para o quadro cheio de
matéria, escrito pelo stor Taylor. Eu odiava rapazes, mas aquele stor era uma
excepção! E que excepção! Se ele fosse da minha idade, ai o que eu não lhe
fazia …
Saí
da sala e entrei no elevador com aquela musiquinha irritante, que fazia com que
eu ficasse com dor de cabeça e super zonza. Seja como for, o elevador chegou ao
ultimo piso (rés do chão) e, para meu azar, quero dizer, mais um azar (o dia
não me estava a correr nada bem): mesmo quando as portas do elevador se abriram
dei de caras com o idiota do Oliver Bon. Ele mal viu a minha cara, fez um ar de
desprezo e não se moveu da minha frente.
-
Sai da frente. – Ordenei, mas ele não me obedeceu. – Tipo, já!
-
Não vais hoje?
-
O que é que tens a haver com isso?
Ele
fez um sorriso no qual qualquer rapariga ingénua se derreteria toda, e como eu
não era nenhuma ingénua, especialmente quanto a ele, não derreti coisa nenhuma!
-
Sai da frente! – Gritei.
Já
era de noite e sabia que gritar não fora uma decisão muito inteligente, por se
o meu grito foi ecoado no átrio. “Sério?”, pensei. Se o idiota do meu instrutor
tivesse ouvido o grito de fúria, tinha mais uma visita a fazer ao Sábio Nicolau
e mais um sermão a levar dele. Respirei fundo para me acalmar, fechei os olhos
e abri-os de novo:
Um
rapaz um pouco mais alto que eu, que usava óculos, onde o seu cabelo era preto
e seus olhos eram cinzentos me encarava. Sorria com um riso constrangedor e era
mais que óbvio que tinha cara de palerma. Por muto que me custasse a aceitar,
aquele tipo, ali, em minha frente, era o meu Rival e tinha 17 anos. Apesar de
ser mais velho, não significava que era melhor que eu!
-
Ok. – Expirei todo o meu ar que tinha dentro de mim. – Tens dois segundos para
sair da minha frente.
-
Senão, o quê?
-
Passas o resto dos teus dias a andar de cadeira de rodas!
-
Uiiiiiiiiiii, que medo!
-
Não me tires do sério!
-
Repete lá a tua idade. – Não lhe respondi, então continuou. – Aiiii, estás a
ficar corada, será que tem algo a ver com a minha presença? Oh, espera! Até sem
palavras ficastes. – E sorriu.
Coloquei
as mãos nas faces para ver se estavam realmente vermelhas e a verdade é que
estavam quentes, mas depois o vermelho foi vermelho de fúria.
-
Algo a ver contigo? – Coloquei as mãos nas ancas. – Tenho pena de ti, sério.
Deve ser mesmo chato ter um cérebro tão pequenino. – Coloquei uma das mãos na
boca. – Ops! Fugiu-me a boca para a verdade, á sim …
Mas
antes que pudesse continuar, ele agarrou-me nos dois braços, fazendo força para
me encostar contra a parede do elevador (sim, porque eu ainda estava do lado de
dentro do elevador e ele do lado de fora), mas antes de ele me encostar por
completo, desci o meu corpo, fazendo a espargata e consegui soltar os braços.
Depois, graças á grande flexibilidade do meu corpo, consegui desmanchar a
espargata e passar por entre as pernas dele, isto tudo em 2 segundos. Olhei por
cima do ombro e antes que pudesse ver, ele já estava a prender-me á volta dos
seus braços. Depois cheirou meu pescoço, no qual meus cabelos da nuca se
arrepiaram.
-
Hum … deixa-me adivinhar, perfume de amêndoa?
Nem
mais! Pisei-lhe o pé com o meu, ele queixou-se e largou-me. A seguir investi um
pontapé com balanço na barriga dele, no qual ele desviou, rodando e consegui
ver na sua mão, por milésimos de segundos, o símbolo de chamar o seu amiguinho
precioso e irritante tal como ele!
-
Parem! – Gritou uma voz ao fundo do corredor. – Alexiel, o Sábio Nicolau está à
tua espera.
-
Foi um prazer. – Disse ele.
- Eu ia ganhar se ela não tivesse interrompido.
- Eu ia ganhar se ela não tivesse interrompido.
-
Claro, tal como os outros que ganhas-tes, não é verdade?
Dei
meia volta, estava para responder, mas a minha paciência é pouca. Olho por cima
do ombro e digo:
-
Morre longe!
-
Só se for contigo.
Parei.
Aquela foi de mais. Comecei a virar muito lentamente e a primeira coisa que vi
foi o seu sorriso de engatatão. Comecei a formar o meu de Justiceira prestes a
fazer o seu trabalho.
-
Alexiel! – Gritou a Natasha, mas meu corpo falou por mim.
Comecei
por lançar uma das minhas kunais …
Ehhh ... espero que tenham gostado do Capítulo ^.^
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